-------------------------------------UMA SOBREVIVÊNCIA NASCE!--------------------------------------
É com esta bravata que a Eidos e Cristal Dynamics junto a Square Enix tentam envolver os jogadores novos e veteranos da franquia de Tomb Raider que já tem 17 anos. Muitos nem eram nascidos quando uma Lara Crofttestuda, com peito triangular e suas inseparáveis pistolas gêmeas começava a saquear tumbas.
O jogo é um remake do remake. Quando a Core Design perdeu os direitos de produção, a Cristal Dynamicsassumiu e reformulou a história e seguiu com 3 títulos (Legend, Anniversary e Underworld) – todos da “Nova Safra”, jogos rápidos, lineares e, ditos “fáceis”, acessível a todo estilo de gamer.
Tomb Raider (2013) é um survivor/ terror/ aventura/ ação. Ele captou a essência do TR clássico e se apoderou de jogos de sucesso da atualidade (tais como God of War, Assassin’s Creed, Darksiders e, obviamente… Uncharted, um bebendo bastante da fonte do outro). Porém, onde Nathan Drake ganhou por personagens carismáticos e enredos cinematográficos. TR tem protagonistas descartáveis e um enredo bobo. É um game bonito, fácil e divertido. Digno de sessão da tarde.
Calma, não me apedrejem. Eu gostei do jogo. Vamos lá:
A abertura é bem produzida, com efeitos de cair o queixo. Temos uma Lara mais jovem do que estamos acostumados ver, talvez uns 10 anos a menos. Mas mantiveram o foco da origem da personagem. Após um acidente, Lara sobrevive e se dedica a busca por artefatos antigos em locais misteriosos.
Logo no início, podemos acompanhar como é a personalidade de Lara e como, pouco a pouco, ela vai ganhando mais vida e assumindo a personalidade forte e durona que é mais conhecida. Mas é interessantíssimo de se ver o trabalho que foi feito, as reações da jovem em lidar com a morte; tanto de conhecidos, como dos próprios inimigos. O desespero em ter de matar para sobreviver.
Se o jogo é bonito e Lara está linda e maravilhosa, então por que eu não disse que o jogo é demais? Bom, volto à tecla do enredo. É fraco. Às vezes sentia-me jogando Resident Evil, Silent Hill e tudo isso numa ilha de Lost. Quando me encontrava numa tumba, com tocha na mão e abrindo um baú, aí me lembrava “ah, é… é Tomb Raider”. Faltou um pouco mais de ruínas antigas, armadilhas, criaturas sobrenaturais… e menos tiroteio com homens armados até os dentes. A vida de Lara é mais solitária: ela, sua mochilinha “cabe-tudo”, as pistolas ao lado dos quadris e dezenas de relíquias a serem encontradas.
Outro aspecto que os novos games vêm assumindo é o da aproximação com o cinema. O que antes levávamos sozinhos (digo sozinhos, no caso de controlar apenas Lara por uma masmorra subterrânea perdida) horas e mais horas, algumas fases eu levava dias para completar… Neste (e nos 3 anteriores) conclui-se em minutos. E há sempre coadjuvantes para a personagem interagir. Ou seja, o game se tornou um filme. Aonde a história se coloca na frente do jogo. Passa-se mais tempo assistindo os personagens interagindo para mover a história, do que interagindo, de fato.
Mas e os pontos fortes do jogo?
O sistema de melhoramento das armas ficou bem interessante. Os apetrechos de ferramentas e melhorias que é possível fazer com cada uma das armas. O que começa sendo um arco improvisado e um pedaço de pau com lâmina, tornam-se quase armas high-tech, e tudo dentro do limite das possibilidade do improviso de Lara.
E é bacana de se ver como Lara fica com cicatrizes, suja e sua roupa vai, aos poucos, ficando puída, aos farrapos.
A linearidade dele é o que é vista em outros games similares. O que é uma pena. E não fosse o bastante, ainda há o Instinto de Sobrevivência, muito similar a Visão de Águia de Assassin’s Creed, que indica locais para interagir, itens e demarca inimigos e coisas afins. Ótimo para quem não gosta de ficar perdido e xingar o videogame. E Lara até dá umas dicas em alguns momentos.
A humanização de Lara está longe de ser verdadeira. Mas sim, está mais enfraquecida. Sem piruetas e horas em ações subaquáticas (o que estranhei, ela mal sabe nadar). Tomb Raider 2013 tem momentos similares aoBatman, aonde exterminar os inimigos na surdina é menos perigoso do que enfrentá-los no meio do fogo cruzado.
É possível revisitar os locais para caçar relíquias e outras recompensas colecionáveis em acampamentos. Quando joguei fui catando o que vinha pela frente e o que era possível localizar. Mas não fiz muita questão de ficar fuçando cada canto. Prefiro jogar novamente e ir debulhando tudo. Enfim, em menos de 15h fechei o jogo com 83%. Não é nenhum mistério conseguir todos os colecionáveis.
Dou uma nota 10 a esta nova tentativa da Cristal Dynamics.
Nenhum comentário:
Postar um comentário